'vontade de ir praí, prainha
vontade de ficar, na minha
onde o sol à tardinha se esconde
onde a noite escura nem é
onde o mar vem lavar o meu pé
onde só não me sinto sozinha.'
Chico César.


Eis uma carta para você, prainha.
Para você que sempre esteve ao meu alcance mas sempre fora grande demais para caber em meus braços. Uma carta para dizer que és única.
És tão maior, que não podes ser minha. Eu, tão menor, ao teu lado me sinto do teu tamanho.

Tomo as vozes da imensidão. Chego mais perto de ti, mais dentro, com medo de me perder e encontrando-me cada vez mais.
E as vozes que de ti eu tomo, são de um silêncio completo e absoluto.
São vozes tímidas, que sussurram aquele som de mar, aquele som que é teu, prainha.

Eu me deixo encharcar por ti, prainha.
Ao colar tua areia em mim, prainha, é vida o que me trazes.
É vida o que me trazes com o teu céu, com o teu mar, o teu vento a caminhar. É a vida, cada vez mais perto de mim e de ti, prainha.

Tú, que nunca me deixastes sozinha.
Tú, que sempre estivesses à minha espera quando eu mais quis.
Tú, que nunca me negastes um afago.
És tú, prainha. És tú, és tua, e és minha.

0 comentários



Postar um comentário