[...]

(mas às vezes eu gosto de lembrar dos teus lábios.) teus lábios de carne vasta e saliva. teus lábios macios,
teus lábios de labirinto por entre os quais adorava me perder.
gosto de lembrar do gosto dos teus lábios nos meus. gosto de quando eu mordia a parte de baixo. gosto de lembrar da tua expressão embaralhada e sexy.
gosto de rir disso.

não gosto da vontade de chorar que dá depois.
quando essas lembranças te trazem até mim.

eu gostava quando seus labios quentes encontravam minhas mãos frias.
gostava de calar-te a boca com simples toques de dedinho.
gostava quando eram os meus dedos que você beijava.
você gostava dos dedos das minhas mãos.
gostava das mãos.
das minhas e das tuas.

você gostava das minhas mãos na tua nuca, descendo para tuas costas largas.
eu gostava de sentir você. gostava de descobrir o toque exato que te fazia arrepiar.
gosto dos pelinhos das tuas costas.
gosto da maneira com que eles me diziam ‘estás no caminho certo, menina…’

[...]



de súbito você fazia o mesmo comigo.
as tuas mãos fortes no meu corpo, eu gostava delas na minha cintura.
gostava ainda mais na minha barriga.

[...]



eu gosto de lembrar de como a pureza dos beijos acalmava tudo entre a gente.
de como nada se fazia vulgar diante da beleza da sincerecidade.
gosto de lembrar de quando erámos só eu e você quando o sol - enfim- nascia.
de como ficávamos num sono leve sem querer dormir para não perder o momento,
e com medo de acordar de um sonho.

depois de tudo lembro de como você me desejava boa noite.
lembro da vontade de rir que eu tinha ao lembrar que a noite a qual nos referiamos já era dia.

gosto de lembrar de você.
gosto de lembrar de todas essas coisas.

mas odeio a maneira que elas tem de me machucar.
as lembranças não são só o que eu tive, são o que eu nunca mais voltarei a ter.

3 comentários

  1. C. on 7 de janeiro de 2009 às 11:56

    beibe, não esteja certa de que lê tão fácil o que passa muito dentro nos outros...

    quanto ao blog, vê-lo confundido com um diário é quase uma ofensa. =P

    =*
    um beijo. e continue escrevendo =)

     
  2. Priscylla de Cassia on 8 de janeiro de 2009 às 02:11

    belo labirinto... adorei me perder nos versos!

     
  3. Anônimo on 15 de janeiro de 2009 às 03:39

    Saudade o nome disso. Tem umas que a gente sabe que pode ter de novo, mas aquela que desespera é quando a gente sabe que não pode mais.

    Beijinhos

     


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